Caminho triste e solitário num espelho refratário
Um verso imaginário em um mundo desconexo
Meu coração se perde nas finas luzes do reflexo
Por onde passam meus versos de sorriso temporário
Efêmero sentimentalismo despertencente a nenhum plano
Ao qual se esgotam os pensamentos dos sentimentos agora
Perdidos no recair alvo da noite, ao findar delicado da aurora
Linhas a vagar num espaço em branco, tosco e pouco humano
Distanciamento vagaroso deste chão tão frio e melancólico
Por entre as árvores retorcidas de um universo às avessas
Num mundo onde o olhar, a palavra trágica do tom simbólico
Ao tosco platinado da Lua vagarosa, penetrando a treva espessa
A escuridão refletida nos meus olhos sob o brilho trágico
No clarão mágico das tristezas tão ocultas, nas linhas envoltas
Desamarram pontas soltas, nas vazias mãos de flores sepultas
Aos trêmulos feixes doces da minha saudade num olhar só
Rememorando as lembranças vagas das minhas horas de ninar
Meus olhares vagos sob o tempo que se passa sob as linhas dela
Minha poesia que escreve sob um tempo tosco da Lua a pratear
Como escorre na ternura solitária da minha noite à tosca vela
Minha pena que repousa recostada na janela, onde bate o vento
De onde desamarram os cabelos lisos pelo solto deste rosto
Onde em mim havia posto, choro doce dos meus olhos sofrimento
Ao frágil toque das rosáceas flores da feição a me arrastar
Minhas rimas perdidas entre as memórias pequeninas da minha dúvida
Onde caem as lembranças delicadas das cores tão cálidas, alvas pálidas
Reflexos castanhos sob a pena doce a flutuar, entre o vão que cai aberto
Por entre as linhas dos poemas que eu escrevo, ao trazê-la para perto
Memórias de minhas áureas feridas, por onde a tinta destas penas tocam
Os poemas que se fazem sobem aos meus sórdidos calafrios, lentos
Aos meus pensamentos sob o branco deste pranto a abrandar tais monumentos
Ebúrneas pétreas vaguezas destes poemas franzinos, ao pó que se choram
Pranto em mar, como as águas de um rio tão gélido e ácido, na margem
Perdidamente escancarado nas bordas de um verso, métrica sem contagem
Ao que pouco se interessam das minhas dores da saudade ao que canto
Porque ao choro em que tanto pranto, regresso ímpeto do rosto, no entanto
Linhas em que escrevo, só por destas memórias vagar nesta solidão
Ao que mancham as lágrimas do coração, meus versos por ela, ao longe
Lonjuras que o peito me arrebatam, melodias que ela agora me esconde
Pois sua voz já não recordo, tão pouco lembro de seus traços de perfeição
Meu poema refratário sob a luz delicada, verso estacionário
Por estações de inverno infindável sob a luz lívida deste meu mar
Navegam nas linhas claras do fogo denso, pesado sempre a farfalhar
Pelas memórias tão distantes de um amado ser que não sei se posso amar...
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