E o teu rosto é poesia
Que a minha noite esfria
E teu rosto é poesia
Da mais pura dureza vazia
E o teu rosto é uma lembrança
Viva, enquanto eu morro
Na saudade, me contorço
Porque me lembro do teu rosto
E a minha noite era tranquila assim
Sem você para fazer companhia
E eu não mais escrevia poesia
E não havia algo de você em mim
Agora me dobro esta noite
O teu rosto me assombra agora
Como os cabelos cacheados
Que repousavam no meu peito
E teu rosto é o desespero da saudade
Que eu choro e você não sabe
Nem de longe a pequena metade
Das vindouras profusas lágrimas
E esta noite me foi assim
A sonhar com tua feição, alegre
Enquanto a tristeza a mim fere
E eu desejo para sempre o teu fim
Que não voltes nos meus sonhos
E me deixes viver eternamente
Com a paz da solidão que me deixaste
E não com a saudade que amarraste
E teu rosto é poesia
Pois só com ele escrevo as coisas, agora
Só quando esta face se renova
Revelo as findadas dores na aurora
E sei que minhas palavras são somente minhas
E tuas saudades, não as sente, sei assim
E nem sonhas pelas madrugadas repetidas
As minhas feições, tão doces destruídas
E o teu rosto é poesia
E o meu rosto é pranto
E o teu rosto é dor e agonia
E o meu... um mar de desencanto
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