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Um Grito Calado



Tenho derramado prantos incontroláveis

E hoje ainda mais lágrimas afáveis

Em letras miúdas e tão frágeis

Meus olhos derretendo irrefreáveis


E esta lonjura profunda sem nome

Sem razão nenhuma de assim ser

Porque eu nunca sei como escrever

As vontades que a mim consomem


E seria tão mais fácil deixá-las no mundo

E esquecê-las para sempre, assim

Mas meu cérebro tão preciso, enfim

Não faz por nada esquecer, nenhum segundo


E estes olhos que não vejo e ainda

Sedento, em tenro desespero, oh Deus

Que meu peito se explodirá na quietude

E eu não sei expressar os desejos meus


E os guardo para mim, e estes me afogam

Num pronto lícito inesperado pensamento

E as horas que em sanidade me apontam

As palavras…


E estas não vêm, e me abandonam agora

E eu esperando o raiar da aurora

Me consumo em silêncio

Gritando


E não sei pôr em palavras coisas simples

Um convite doce que todos fazem

É como tentar erguer o mundo em mim

Só para saber uma resposta


E meu quarto em paredes de quadros

De cordas e instrumentos

De um leito tão extenso

A chorar na minha solidão


Enquanto eu quero palavras simples

Que me fogem da ponta dos dedos

Que me secam a garganta em medos

Irreais


Seria tão mais simples só poder dizer

As coisas tão doces que não sei

Mas me perco inimaginável

Num silêncio abominável

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