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Foto do escritorEmmanuel Prado

Jardim de Amor



Eu acreditava que amar era jardim

Mas jardim aprisiona as flores

Que ilusão tão doce é esta

De querer aprisionar meus amores?


Meu amor é como o lírio no campo

Mesmo que só, está na imensidão

É como o canário vívido no tempo

O amar é doce liberdade do coração


Quem ama preso já não sabe amar

Quem prende o que ama, nunca amou

Se o que há é amarras num coração

É solidão, pecado de ciúme que sobrou


Mas o amar é o doce vento da bruma

É a alegria de saber que amada é uma

Mas uma única para aquele único amor

E outros, se vierem, únicos no seu calor


Mas o amor não é prisão, mágoa ou dor

Mesmo que não sejamos amados, meu bem

O meu amor é de mim, deste meu mundo

Se alguém não o quiser, enriquece meu profundo


Se meu coração não quiser amar alguém

Há pouca via para alegria assim também

Pois estar sem amor é como morrer devagar

Há que pelo menos alguém na vida amar


Que eu ame a Poesia que resta na saudade

Ela mesma, desde minha pequena idade

Que me cerca de melodias quando estou só

Mas que jamais tem comigo por algum dó


Se eu estou solitário na ausência de um amor

Que dócil se tornam meus poemas, oh sim

Eles podem ser de fato um pequeno jardim

Para capturar o sentimento que esvai de mim

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