E como a lâmina de aço
Da solidão que despedaço
Como o fio de luz prata
Da espada, linha prateada
Caminho de arma embainhada
Com um fio de lâmina guardada
Como as palavras que não falo
Como da espada fincada ao talo
A lâmina que em mim carrego
É a mesma espada de fio cego
Pois é aquela que corta a alma
E não apenas a carne tão frágil
Para brandir lâmina tão calma
É preciso ser espadachim ágil
Pois corta como vento preciso
As armas de meus inimigos
A lâmina não é de pedra afiada
Mas é rígida e forte como rocha
Arma que ao combate é fadada
Como maleável igual água
Lâmina que carrego no coração
Guardada em ferimentos meus
Uso-a para a mim mesmo combater
Da solidão dos pensamentos teus
Vivo e caminho com a espada
Que está em minh’alma cravada
Presa firme, corta como navalha
As linhas de minha própria forma
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