Tentei escrever sobre mim mesmo, os meus anos
Descrevendo meus versos pequenos, mundanos
As saudades de meus tempos queridos e amados
Meu sorriso num coração de amores quebrados
Encontrei-me ao visitar minhas memórias passadas
Minhas tristezas em momentos de saudade recontadas
Minha solidão atada num abismo ainda mais escuro
E desandei-me num desfiladeiro de amarguras tão duro
Um precipício sobre o qual me despontei, doce queda
Entre as minhas agruras, amarguras, alvuras me envereda
A solidão dos meus momentos solitários a precipitar
Como chuva leve, nas quedas da minha alma a pairar
Me vi num reflexo perfeito, um sorriso direito, sem defeito
Me desejei num paraíso para onde nunca fui lançado
Enquanto voei ao fundo sombrio do caminho de meu peito
Me vi às avessas, ao contrário do que sou, príncipe encantado
Via-me as perfeições da face, como a beleza de mil anjos
Via-me com a voz de melodias impecáveis, sem desarranjos
Via-me as forças do coração, o brilho dos olhos, os versos
Via-me nos braços de uma alegria da vida de carinhos abertos
Com a memória travada naquele instante único e raro
Perdi-me num desejo que me fora antes um tanto negado
Como desejei ter propósito antes de me atirar às trevas em fado
Meu coração acalmou-se num brilho dos olhos tão claro
Meu avesso era infante, perfeito mundo sem melancolias
Minha vida antes de desatar a cantar as minhas distopias
Meu mundo avesso perfeito, contrário de minhas lonjuras
Minha alegria cantada sem saber de minhas tristezas futuras
Meu coração encantado no futuro de meu passado
Meu coração às avessas, despido de seu amor magoado
Meu coração que me fora ao longo dos anos massacrado
Meu coração agora repousa sob o leito, pulsando calado
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